TERRAS RARAS: VIRIDIS APRESENTA PROJECTO COLOSSUS PARA LUCRAR 148 MILHÕES DE DÓLARES POR ANO

TERRAS RARAS: VIRIDIS APRESENTA PROJECTO COLOSSUS PARA LUCRAR 148 MILHÕES DE DÓLARES POR ANO

A Viridis Mineração realizou uma apresentação especial do Projecto Colossus, que prevê a extracção e o processamento de terras raras no município de Poços de Caldas, no Brasil. O evento reuniu membros da imprensa local, que puderam conhecer em detalhes os planos da empresa para a exploração dos valiosos elementos minerais, fundamentais para a transição energética mundial.

Durante o encontro o Director Executivo no Brasil, Klaus Petersen, explicou como será conduzido o processo de mineração. Segundo ele, a extracção das terras raras em Poços de Caldas será muito diferente da mineração convencional, comparando a operação a uma espécie de “industrialização da argila”.

“O processo é muito simples. As terras raras estão com ligações iônicas muito fracas nas argilas. Com o uso de um sal, o sulfato de amônia, nós separamos essas terras raras. Basicamente, fazemos uma lavagem da argila, removendo os elementos, depois desaguamos, neutralizamos a argila novamente, recuperamos qualquer contaminação e devolvemos o material à cava. É um processo cíclico e de baixo impacto, sem uso de explosivos, britagem ou moagem”, explicou Petersen.

A remoção de material é mínima: apenas 2,5 kg por tonelada de argila processada – o equivalente a 0,25% em massa –, o que diferencia o Projecto Colossus de outros tipos de mineração mais agressivos.

Australiana Viridis faz grande descoberta de argila iônica em Poços de Caldas | DR


Avanço no licenciamento e previsão de operação

O projecto encontra-se actualmente na fase de licenciamento e engenharia. De acordo com Klaus Petersen, a expectativa é obter a licença prévia até o final de 2025, iniciando a operação efectiva no início de 2028.

“Agora estamos a terminar a fase de pesquisa e desenvolvendo toda a parte de engenharia e licenciamento. Esperamos seguir com esse processo nos próximos dois anos e meio para que, em 2028, possamos começar a operar”, afirmou.

Importância estratégica das terras raras

Petersen também destacou a importância das terras raras no cenário mundial, principalmente na área energética.

“São 17 elementos metálicos que ocorrem juntos na natureza. Eles já são fundamentais para a indústria electrónica e agora, com a necessidade da transição energética – sair dos combustíveis fósseis –, tornou-se ainda mais essencial”, explicou.

As terras raras são matérias-primas para a fabricação dos chamados “super ímãs”, que são usados em motores de carros eléctricos, turbinas eólicas e outros equipamentos vitais para a produção e uso de energia renovável. “Sem terras raras, a transição energética mundial simplesmente não vai acontecer”, reforçou.

Viridis se compromete a investir R$ 1,35 bilhão em Minas Gerais | DR

Um “unicórnio geológico” em Poços de Caldas

O Director da Viridis contou que a descoberta do depósito em Poços de Caldas foi resultado de um verdadeiro “alinhamento de astros”. Diferentemente de outras jazidas conhecidas, a região apresenta um tipo específico de argila iônica extremamente raro.

“Foi descoberto em 2012 por um geólogo da Tony, o Álvaro, que hoje ainda trabalha para a empresa. Após viagens à China, ele entendeu o processo de extracção dessas argilas. Mais tarde, a pesquisa atraiu o interesse da empresa japonesa Jogmec e, posteriormente, da Meteoric e da Viridis”, relatou.

Geologicamente, o depósito é considerado um “unicórnio geológico” – uma excepção rara no mundo. “Embora existam terras raras em várias partes do mundo, a combinação encontrada aqui, de alta concentração e baixo custo de extracção, é única. Isso permite que possamos competir até com a China, que tradicionalmente domina esse mercado”, ressaltou Petersen.

Segundo ele, enquanto a maioria das minas de terras raras no mundo opera no vermelho ou enfrenta dificuldades, o Projecto Colossus tem viabilidade garantida, assegurando longevidade ao empreendimento.

Impacto económico e social

O impacto do projecto para a economia local promete ser significativo. Com o desenvolvimento da mina no sul de Poços de Caldas, uma área que precisa de mais oportunidades de trabalho, a expectativa é gerar empregos directos e indirectos, além de impulsionar a formação de uma cadeia de fornecedores e novas empresas associadas.

“A ideia é contratar o máximo possível de trabalhadores locais, treinar aqueles que ainda não têm experiência e aproveitar os que já possuem qualificação. Estamos comprometidos em desenvolver a região de forma sustentável”, garantiu o Director.

O Projecto Colossus também se destaca pelo rigor ambiental. Não haverá uso de barragens de rejeitos, o que reduz drasticamente o risco de acidentes ambientais. Além disso, a recuperação das áreas mineradas será quase imediata, minimizando impactos sobre o meio ambiente.

“Com toda essa estrutura, Poços de Caldas pode se tornar uma referência mundial na produção de terras raras, e de uma maneira que respeita padrões ambientais e sociais que países como China, Mianmar e Vietname não conseguem alcançar”, afirmou.

Investimento milionário

Até o momento, a Viridis Mineração já investiu cerca de R$ 120 milhões em pesquisa para viabilizar o projecto. Este valor foi financiado exclusivamente pelos seus accionistas australianos, uma vez que a empresa ainda não produz comercialmente no Brasil.

Segundo Klaus Petersen, o investimento total estimado para a implementação completa da mina e da planta de processamento gira em torno de 400 milhões de dólares – cerca de R$ 1,5 bilhão, considerando o câmbio actual.

“A Viridis está a aostar fortemente no potencial de Poços de Caldas. Temos uma oportunidade única nas mãos: gerar riqueza, impulsionar a economia local e colaborar de maneira fundamental com a transformação energética global”, concluiu.

Com Agências