A Mitsubishi Materials anunciou uma estratégia para reverter a situação de seu problemático negócio de cobre, com planos para construir uma fundição na Europa que processará placas de circuito impresso recicladas. A medida visa proteger a empresa de possíveis interrupções no fornecimento relacionadas à China.
A empresa japonesa afirmou na quarta-feira que espera não atingir as metas financeiras para o ano fiscal de 2025 e anunciou novas metas para o ano fiscal de 2028.
A meta de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) para o ano fiscal de 2028 é de 8% ou mais, enquanto a meta de retorno sobre o capital investido (ROIC) é de 7% ou mais. A empresa havia projetado um ROE de 10% e um ROIC de 5,5% para o ano fiscal de 2025, mas agora espera alcançar apenas 3% e 3,5%, respectivamente.
O negócio de fundição de cobre da empresa está impactando negativamente seus resultados. O lucro antes de impostos do segmento de metais, que inclui a fundição de cobre, caiu para 5,3 bilhões de ienes (US$ 34 milhões) no primeiro semestre (abril a setembro), uma queda de 12,7 bilhões de ienes em relação ao ano anterior.
As fundições de cobre japonesas importam concentrado de cobre, produzido a partir do processamento do minério de cobre. Ao adquirir o concentrado, elas recebem uma taxa das mineradoras pelo processamento. Essa margem de lucro da fundição passa a fazer parte do lucro líquido.
A demanda por cobre na China aumentou rapidamente, impulsionando o crescimento do número de fundições. A concorrência com as empresas chinesas pelo concentrado de cobre obrigou as fundições a reduzirem suas margens de lucro.
Para reverter essa situação, o presidente Tetsuya Tanaka planeja aumentar a fundição de cobre reciclado. O cobre pode ser fundido a partir de minério ou de materiais reciclados, como placas de circuito impresso descartadas.
“As placas de circuito impresso descartadas têm uma margem de lucro várias vezes maior em comparação com a fundição a partir de concentrado de cobre”, afirmou Tanaka. A empresa planeja extrair cobre de placas de circuito impresso descartadas na Europa, um processo conhecido como fundição secundária.
A Mitsubishi Materials também planeja construir uma fundição semelhante que processe apenas materiais reciclados nos Estados Unidos, em parceria com uma empresa britânica na qual investiu, o que ajudará a dobrar a capacidade de processamento de placas de circuito impresso descartadas da empresa para mais de 300 mil toneladas até o ano fiscal de 2035.
A empresa também aumentará sua taxa de reciclagem de tungstênio dos atuais 70% para 100%, excluindo a China, até o ano fiscal de 2030.
Enquanto isso, reduzirá a capacidade de processamento de concentrado de cobre em 30% a 40% no ano fiscal de 2035 em comparação com o ano fiscal de 2025. Também buscará elevar o uso de materiais reciclados em duas fundições no Japão.
Para melhorar a eficiência no setor de cobre, a Mitsubishi Materials anunciou em 11 de novembro que integrará as divisões de aquisição e venda de matéria-prima à Pan Pacific Copper, que conta com a JX Advanced Metals, a fundição Mitsui Kinzoku e a trading Marubeni como investidores.
O objetivo é melhorar o poder de negociação com as mineradoras. Até o momento, “não houve absolutamente nenhuma conversa sobre a integração das operações de fundição e refino”, afirmou Tanaka.
Valor Económico