O sector mineiro desempenha um papel crucial para o desenvolvimento da economia nacional. Neste sentido, há necessidade de se criar um ambiente de negócios favorável ao segmento industrial, bem como reforçar a valorização do conteúdo local. A posição foi defendida recentemente pelo presidente da Câmara de Minas de Moçambique (CMM), Geert Klok, durante a realização em Maputo, da primeira mesa-redonda de alto nível sobre o tema “Indústria Mineira de Moçambique em 2025”.
Citado num comunicado partilhado com o Diário Económico, o responsável alertou sobre o optimismo excessivo em relação a um possível aumento de matérias-primas críticas, salientando que “o número previsto anteriormente devido à transição energética global até agora não se materializou para muitos minerais.”
Atendendo à necessidade de impulsionar a criação de empregos, Klok identificou o conteúdo local como uma estratégia fundamental, enfatizando ainda o valor da localização das cadeias de suprimentos através do desenvolvimento de parques industriais próximos das operações de mineração.
“O primeiro parque desse tipo já foi estabelecido em Moma, na província de Nampula, servindo de modelo para iniciativas futuras”, recordou.
Na sua intervenção, Klok também lembrou que nem todas as mineradoras são verticalmente integradas ou possuem capacidade financeira e técnica para o processamento dos minerais explorados, acrescentando que “o Governo deve concentrar-se em criar um ambiente de negócios favorável para atrair investidores independentes para o segmento industrial.”
O presidente da CMM elogiou os esforços contínuos do Ministério dos Recursos Minerais e Energia para aprimorar o sistema de cadastro mineiro, tornando-o mais transparente e eficiente, e enalteceu o processo de consulta inclusivo sobre o projecto da nova Lei de Mineração, confirmando que a CMM apresentou as suas recomendações formais.
A mesa redonda foi co-organizada pela Câmara de Minas de Moçambique e pela IHK Chemnitz, e contou com a participação do ministro dos Recursos Minerais e Energia, Estêvão Pale, do embaixador da Alemanha em Moçambique, Ronald Münch, e de outras partes interessadas no tema.
Fonte: Diário Económico