EUA FINANCIAM COM US$ 465 MILHÕES PROJECTO DE TERRAS RARAS EM GOIÁS

EUA FINANCIAM COM US$ 465 MILHÕES PROJECTO DE TERRAS RARAS EM GOIÁS

Aposta no segmento ocorre no momento em que países do Ocidente buscam reduzir a dependência da China em relação a minerais essenciais.

A Serra Verde, produtora brasileira de terras raras, garantiu um financiamento de até US$ 465 milhões da Corporação Financeira dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (DFC), enquanto as nações ocidentais buscam reduzir a dependência da China em relação a minerais essenciais.

O financiamento busca ajudar a cobrir as melhorias na mina Pela Ema da empresa, no estado de Goiás, de acordo com um documento de 15 de Agosto do site do DFC.

A agência federal foi criada durante o primeiro mandato do presidente dos EUA, Donald Trump, para oferecer financiamento e garantias a projectos em países em desenvolvimento que tenham ligação com os objectivos de política externa dos Estados Unidos.

O governo Trump recorre ao Brasil — o país com as maiores reservas de terras raras fora da China — pelos seus esforços na construção de cadeias de suprimentos alternativas para elementos-chave usados em equipamentos militares, veículos eléctricos e turbinas eólicas.

Primeira produtora em larga escala

O depósito de Pela Ema contém terras raras leves e pesadas, principalmente neodímio, praseodímio, térbio e disprósio, que são essenciais para a transição energética.

A Serra Verde, apoiada pela Denham Capital, Vision Blue Resources e Energy and Minerals Group, é a primeira produtora de terras raras em larga escala do país.

O DFC afirmou que o fundo se destina a financiar melhorias na mina Pela Ema, bem como despesas operacionais e o refinanciamento da dívida existente dos accionistas. O financiamento foi divulgado anteriormente pelo Financial Times.

A Serra Verde iniciou a produção comercial na sua mina e planta de processamento em 2024. A empresa pretende aumentar a produção para entre 4.800 e 6.500 toneladas métricas de óxidos de terras raras até o início de 2027.

“Este projecto ainda está a passar por diversas etapas e revisões antes de ser concluído”, disse um porta-voz da empresa sobre seus planos. “Como esses detalhes ainda não foram finalizados, preferimos aguardar para comentar até que a transação esteja totalmente concluída e possamos fornecer informações precisas.”

Em Setembro, a Aclara Resources garantiu financiamento do DFC para um projecto de terras raras no Centro-Oeste, num acordo que poderá ser convertido em participação accionária no futuro.

O Globo