
A evolução do cobre no mercado de matérias-primas tornou este metal, ao longo dos anos, um dos indicadores mais fiáveis do crescimento global.
Algo que foi ratificado após o anúncio do potencial acordo comercial entre os Estados Unidos e a China — ratificado por Xi e Trump —, algo que foi visto como um incentivo para as perspectivas de procura, tanto desta commodity como a nível global. O acordo tem amplas implicações macroeconómicas, porque os gargalos na cadeia de abastecimento que contribuíram para as pressões inflaccionárias persistentes começaram a diminuir com o adiamento as restrições às exportações de terras raras.
Como comenta Nigel Green, CEO do deVere Group, «este acordo representa um ponto de inflexão para a economia global, porque durante meses as cadeias de abastecimento foram reféns da incerteza. Agora, os fabricantes e os mercados têm um caminho a seguir e os efeitos em cadeia serão sentidos, desde os semicondutores e o transporte marítimo até às matérias-primas e à dívida dos mercados emergentes».
O movimento favoreceu que o metal atingisse o seu nível mais alto desde que há registos. O sólido avanço do cobre este ano na Bolsa de Metais de Londres — registando um aumento de 25 % — foi favorecido em grande parte pela queda do dólar este ano, o que ajuda a tornar as matérias-primas cotadas na moeda norte-americana mais atraentes.

«Ajuda» da Fed
E mais ainda se considerarmos que o mercado assume que o Fed voltará a baixar as taxas, após um primeiro corte em Setembro, e que continuará neste caminho até reduzi-las em cerca de 125 pontos base nos próximos 12 meses. Este facto, aliado às interrupções no fornecimento de algumas das minas mais importantes para a sua produção, resultou num cocktail perfeito para os touros. E é que empresas como a Freeport-McMoRan ou a Ivanhoe Mines paralisaram a sua produção várias vezes ao longo do ano devido a acidentes ou importantes contratempos na produção.
Tal como reflectido pela Bloomberg, o preço do cobre também reflecte um optimismo generalizado em torno da transição energética. De facto, a agência de informação lembra que a BHP Group, a maior mineradora do mundo, prevê um aumento da procura global de cerca de 70% até 2050 e priorizou o metal como sua principal oportunidade de crescimento.
CFEELINGS