CIENTISTAS ENCONTRAM OURO SE FORMANDO DENTRO DE UMA PLANTA RARA

CIENTISTAS ENCONTRAM OURO SE FORMANDO DENTRO DE UMA PLANTA RARA

Pesquisadores finlandeses descobriram nanopartículas de ouro em folhas de abetos.

As descobertas recentes no campo da biomineralização indicam que as plantas podem desempenhar um papel fundamental na formação de nanopartículas de ouro, um fenómeno ainda em investigação científica. Esta pesquisa oferece uma visão inovadora sobre como o ouro, um mineral precioso, pode se acumular nos tecidos das plantas, formando partículas minúsculas que dificilmente são detectáveis a olho nu, mas que possuem um papel potencialmente significativo nos mecanismos de defesa das plantas.

Planta de Abeto | Parece ficção científica, mas é real que algumas plantas podem produzir ouro e você pode tê-las em casa (Imagem ilustrativa)

Como as plantas processam partículas minerais de forma tão eficiente?

Numa análise detalhada feita por cientistas da Universidade de Oulu e do Geological Survey da Finlândia, foram examinadas 138 amostras de agulhas de abetos da Noruega encontradas na mina de ouro de Kittilä. O estudo revelou a presença de nanopartículas de ouro cercadas por biofilmes bacterianos em algumas dessas amostras. Este descobrimento aponta para uma relação complexa entre plantas e minerais, onde as plantas absorvem minerais dissolvidos no solo e, junto com microrganismos residentes, transformam-nos em partículas sólidas incorporadas aos seus tecidos.

Além disso, evidências sugerem que determinados factores ambientais, como a composição do solo e o pH, podem influenciar directamente esse processo de biomineralização, tornando algumas espécies de plantas mais propensas à formação de partículas de ouro nos seus tecidos.

Por que as bactérias são cruciais para a biomineralização nas plantas?

Um elemento chave deste processo é a actividade microbiana. As bactérias presentes nas plantas desempenham um papel crucial na biomineralização ao auxiliar na transformação de formas solúveis de minerais em partículas sólidas. Esse fenómeno fortalece as defesas naturais das plantas e abre novas possibilidades para a exploração mineral.

* Bactérias associadas ao abeto podem precipitar o ouro em forma sólida, indicando potencial uso dessas plantas como indicadores de recursos naturais.

* Microrganismos podem estimular o acúmulo controlado de metais pesados, sugerindo aplicações biotecnológicas em diferentes ambientes.

Planta de Abeto | Parece ficção científica, mas é real que algumas plantas podem produzir ouro e você pode tê-las em casa (Imagem ilustrativa)

O que a biomineralização em plantas pode representar para o futuro da tecnologia sustentável?

O conhecimento sobre como as partículas de ouro se formam em plantas não apenas abre portas para novas formas de exploração de minerais, como também destaca uma bioengenharia sustentável. As plantas poderiam ser usadas no futuro para controlar a presença de metais no ambiente, inclusive em solos contaminados.

Além disso, os processos naturais de biomineralização observados nessas plantas podem servir de inspiração para o desenvolvimento de tecnologias de remediação ambiental, utilizando biomateriais baseados nas suas interações microbianas.

Como essas descobertas podem transformar a exploração de ouro e o monitoramento ambiental?

Essa pesquisa oferece novas perspectivas sobre o uso de plantas como bioindicadores em áreas de mineração, aumentando a precisão na localização de depósitos minerais ricos. A capacidade das plantas e seus microrganismos em formar nanopartículas sólidas de ouro pode guiar métodos mais ecológicos e menos invasivos de prospecção mineral.

* Métodos mais sustentáveis de mineração podem ser elaborados baseados em bioindicadores vegetais.

* A observação de nanopartículas em tecidos vegetais facilita o mapeamento ambiental de áreas ricas em minerais.

Esta descoberta não só realça o papel das plantas como agentes geológicos silenciosos, mas também representa um avanço no entendimento dos processos naturais que moldam o ambiente terrestre. Continuar a explorar essa interconexão entre organismos vivos e minerais pode revolucionar práticas industriais e ambientais, tornando-as mais alinhadas com os princípios de sustentabilidade ecológica.

O Antagonista