EUA E JAPÃO FECHAM ACORDO SOBRE MINERAIS CRÍTICOS E TERRAS RARAS

EUA E JAPÃO FECHAM ACORDO SOBRE MINERAIS CRÍTICOS E TERRAS RARAS

Após reunião de Trump e da primeira-ministra, Sanae Takaichi, os países informaram que planeiam cooperar por meio de investimentos coordenados para acelerar o desenvolvimento de mercados para os elementos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, assinaram recentemente um acordo para garantir o fornecimento de minerais críticos e terras raras por meio de mineração e processamento, informou a Casa Branca em comunicado.

O acordo foi assinado durante a visita de Trump ao Japão, parte da sua viagem mais ampla pela Ásia, enquanto ambos os países buscam fortalecer as suas cadeias de suprimento de terras raras, utilizadas em sectores que vão da energia renovável à electrónica e à indústria automobilística.

Segundo o comunicado, os Estados Unidos e o Japão planeiam cooperar por meio do uso de instrumentos de política económica e de investimentos coordenados para acelerar o desenvolvimento de mercados diversificados, líquidos e justos para minerais críticos e terras raras.

A China processa mais de 90% das terras raras do mundo e recentemente ampliou as suas restrições às exportações, incluindo novos elementos na sua lista de controlo e intensificando a supervisão sobre produtores estrangeiros que dependem de materiais chineses.

Os Estados Unidos, por sua vez, possuem apenas uma mina de terras raras em operação e estão a correr para garantir o fornecimento de minerais vitais para veículos eléctricos, sistemas de defesa e manufactura avançada.

Como parte do acordo, os Estados Unidos e o Japão concordaram em simplificar e desregulamentar os prazos e processos de licenciamento para minerais críticos e terras raras, além de abordar políticas de mercado distorcidas e práticas comerciais desleais.

Ambos os países também considerariam um esquema de estocagem complementar e cooperariam com outros parceiros internacionais para garantir a segurança das cadeias de suprimento, acrescentou o comunicado da Casa Branca.

“O acordo ajudará ambos os países a fortalecer a segurança econômica, promover o crescimento econômico e, assim, contribuir continuamente para a prosperidade global”, afirma o documento.

O interesse dos EUA

As chamadas terras raras são um grupo de 17 elementos químicos encontrados em abundância em vários países. A maior parte desses minerais está concentrada em dois pontos: na China e no Brasil. Eles são imprescindíveis para a indústria. Agora, a reserva brasileira é alvo do imbróglio com Trump.

A maior concentração desses territórios está na China, o que faz do país um monopólio. Esse cenário tem preocupado Trump.

E a China não detém só o território, mas também o refino. Depois de extraídos, os elementos passam por processos complexos de separação e refino até se tornarem utilizáveis. Essa etapa também é dominada pelo país asiático, que lidera a produção mundial de ímãs.

O controlo é ainda maior em relação a certos elementos. Os mais leves — com excepção de neodímio e praseodímio — são mais abundantes e fáceis de extrair. Por exemplo: a União Europeia importa de 80% a 100% desse grupo da China. Para os elementos mais pesados, a dependência chega a 100%.

O domínio chinês acendeu alertas no Ocidente. Nos últimos anos, EUA e UE começaram a formar reservas estratégicas de terras raras e outros materiais críticos.

Reuters