ACORDO DA MMG COM ANGLO AMERICAN PODE DESVIAR NÍQUEL DA EUROPA, ALERTA UE

ACORDO DA MMG COM ANGLO AMERICAN PODE DESVIAR NÍQUEL DA EUROPA, ALERTA UE

Advertência da Comissão Europeia foi feita ao abrir uma investigação aprofundada sobre o negócio;

Venda de projectos em Fevereiro para subsidiária de estatal chinesa foi avaliada em US$ 500 milhões.

O plano da MMG, empresa de mineração e metais listada em Hong Kong, de comprar o negócio brasileiro de níquel da Anglo American poderia permitir que a MMG desviasse o ferroníquel da Europa e prejudicasse a produção europeia de aço inoxidável, disseram os órgãos de defesa da concorrência da União Europeia nesta terça-feira.

A advertência da Comissão Europeia, que actua como fiscalizadora da concorrência na União Europeia, foi feita ao abrir uma investigação aprofundada sobre o negócio, em meio a preocupações globais sobre o fornecimento de minerais críticos e estratégicos e o domínio da China.

A Anglo American anunciou a venda em Fevereiro, que inclui dois projectos de ferroníquel e dois projectos greenfield no Brasil.

“O ferroníquel é um insumo essencial para que os produtores europeus fabriquem aço inoxidável de alta qualidade e baixa emissão a preços competitivos, o que é fundamental para muitos sectores”, disse a chefe antitruste da UE, Teresa Ribera, em comunicado.

“A nossa investigação tem como objectivo verificar se essa concentração poderia comprometer o acesso contínuo e confiável na Europa a esse importante recurso”, disse.

A Comissão referiu, por outro lado que, o desvio do fornecimento de ferroníquel, juntamente com fontes alternativas limitadas de oferta, poderia afectar negativamente o preço e a qualidade de uma parte substancial da produção europeia de aço inoxidável, afectando a capacidade de competir globalmente.

A MMG e a Anglo American disseram que estavam comprometidas com o acordo. Elas afirmaram que a sua oferta anterior para que a Anglo American comprasse ferroníquel da MMG para revenda na Europa por até 10 anos, a fim de aliviar as preocupações regulatórias, era o melhor resultado para os clientes.

A Comissão decidirá até 20 de Março se autoriza ou bloqueia o acordo, que pode ser prorrogado se as empresas apresentarem novas concessões.

Reuters