No sector diamantífero, a rastreabilidade e a transparência são elementos-chave para garantir a confiança dos mercados internacionais, a sustentabilidade da indústria e a boa governação dos recursos naturais. Angola, sendo um dos maiores produtores de diamantes brutos no mundo, tem buscado consolidar a sua posição através de mecanismos que assegurem a origem legal, ética e controlada das suas gemas.
Por: Orlando Brito “Scócia”*
A rastreabilidade permite acompanhar cada etapa do percurso do diamante desde a extração até à comercialização, assegurando que o produto não esteja associado a zonas de conflito, exploração ilegal ou violações de direitos humanos. Esta prática fortalece o sistema de certificação do Processo de Kimberley, ao fornecer provas concretas sobre a origem e o destino dos diamantes.
Por outro lado, a transparência na cadeia de valor aumenta a credibilidade do sector, atrai investimento estrangeiro e combate práticas de corrupção e evasão fiscal. Quando os dados sobre volumes extraídos, canais de exportação, receitas e beneficiários são públicos e auditáveis, promove-se a justiça económica e a distribuição mais equitativa dos recursos.
A falta de rastreabilidade e transparência pode desvalorizar o diamante angolano, afastar compradores éticos e comprometer a imagem do país. Por isso, é urgente que o sector diamantífero continue a modernizar-se, adotando tecnologias de monitoramento, bases de dados digitais e parcerias com organismos internacionais.
Garantir que cada diamante exportado por Angola carrega consigo uma história clara, legal e transparente é essencial para a competitividade e soberania económica do país no mercado global.
*Especialista em Comércio e Certificação de Diamantes