Angola apresentou uma oferta totalmente financiada para a aquisição de um participação “minoritária estratégica” na multinacional De Beers.
Através da diamantífera angolana ENDIAMA E.P., a iniciativa do Estado angolano está inserida num processo de alienação global promovido pela Anglo-American, outra gigante de mineração mundial, com conclusão prevista para final deste ano.
No entanto, o governo angolano deixou bem claro: a proposta submetida “não visa o controlo maioritário da De Beers”.
Antes pelo contrário: em causa está a constituição de um consórcio, liderado pela indústria mineiro-extractiva, que garanta “a independência e a competitividade internacional” da empresa.
O elemento-chave da proposta angolana é estabelecer uma parceria significativa entre Angola, Botswana, Namíbia e África do Sul que garanta que nenhuma parte detenha domínio exclusivo e que a empresa possa evoluir como uma entidade comercial, verdadeiramente internacional.
“Angola acredita que o futuro da De Beers depende da sua continuidade como uma empresa global liderada pelo sector privado”, considerou o Ministro angolano dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo.
Entre outros pontos, a proposta angolana prevê um modelo de propriedade independente e diversificada, assegurando o crescimento sustentável e a longo prazo da De Beers e ainda um compromisso estratégico com o sector diamantífero como pilar da economia nacional dispondo de vário recursos potenciais de kimberlito por desenvolver.
E a ENDIAMA E.P. reafirma total disponibilidade para colaborar com governos e investidores privados com o objectivo de “assegurar que a De Beers se mantenha como empresa comercialmente independente e competitiva à escala global”.