A grande mineradora de diamantes De Beers diz que fez progressos significativos em áreas como redução de emissões, segurança e conservação, ao mesmo tempo em que avança no trabalho sobre procedência e rastreabilidade dos diamantes.
Por: Marleny Arnoldi
No seu último relatório de sustentabilidade para 2024, o grupo confirma uma redução de emissões de Escopo 1 e 2 de 7% desde 2021.
O grupo está a trabalhar com a Envusa Energy para concluir o financiamento de usinas eólicas e solares na África do Sul, que começarão a atender 100% das necessidades de electricidade da mina Venetia no ano que vem.
O grupo tinha 248 MW de energia renovável em fase de planejamento em 2024, incluindo o projecto solar fotovoltaico de Mmadinare, em Botsuana.
No sector de combustíveis, a De Beers está a avançar em estudos sobre combustíveis alternativos em Botsuana e Namíbia para as suas operações em Debswana e Namdeb.
Nossa principal alternativa ao diesel é um combustível feito de pneus reciclados em fim de vida. Em 2024, lançamos um estudo de pré-viabilidade para uma planta de pirólise na África do Sul para apoiar nossos objectivos de descarbonização e economia circular.
“Também temos testes com sementes oleaginosas em andamento para explorar a produção de biodiesel em parceria com a Sasol e a Anglo American”, confirma a empresa.
Além disso, a empresa trabalhou com seus 100 principais parceiros estratégicos para desenvolver roteiros para reduzir as emissões do Escopo 3.
O grupo pretende, em última análise, reduzir as emissões do Escopo 1 e 2 em 42% e as emissões do Escopo 3 em 25% até 2030 – tendo como referência 2021.
Além disso, a empresa administrou cerca de 375.000 acres de terra para fins de conservação em 2024, garantindo o habitat para uma variedade de fauna e flora ameaçadas de extinção. Por exemplo, o grupo realocou 10 rinocerontes-brancos de Botsuana para a África do Sul como parte de um projecto de renaturalização.
A empresa também tem uma iniciativa de resgate de aves marinhas por meio da Fundação Namdeb-Debmarine, que está trabalhando com partes interessadas na conservação para evitar a extinção do pinguim africano.
Rastreabilidade de diamantes
Na frente social, a De Beers fez uma contribuição tributária e económica total de US$ 2,9 bilhões em 2024, o que, segundo ela, destaca o valor socioeconómico que os diamantes naturais de origem responsável podem oferecer.
Em particular, a De Beers gastou US$ 1,7 bilhão em compras locais no ano, representando 74% dos seus gastos totais com compras, o que gera efeitos cascata nas economias locais.
O grupo também atingiu o seu melhor desempenho de segurança em 2024, com uma taxa total de frequência de lesões registáveis de 1,2.
A De Beers possui diversos programas de alto impacto nos seus países anfitriões. Por exemplo, por meio do programa EntrepenHER, em parceria com a ONU Mulheres, a De Beers já apoiou mais de 500 mulheres empreendedoras e pretende alcançar mais 1.500 nos próximos três anos.
Por sua vez, a De Beers apoia o programa Stanford SEED, que apoia empreendedores em toda a África Austral. Esta iniciativa ajudou a criar 3.400 empregos desde a sua criação em 2018.
Como parte dos compromissos da De Beers com o governo de Botsuana para um novo acordo de vendas e licenças de mineração em Debswana, a De Beers desenvolveu um Fundo de Diamantes para Desenvolvimento de 10 anos.
Ao reconhecer a importância do fornecimento responsável e da rastreabilidade, a De Beers avançou e escalou sua plataforma blockchain Tracr em 2024, com quase três milhões de diamantes individuais registados na plataforma desde 2022.
Produtores e fornecedores podem registrar a origem dos diamantes na plataforma, que então fornecerá informações sobre o país de origem de todos os diamantes brutos provenientes do De Beers Group com peso superior a 1 ct.
A plataforma Tracr agora está realizando verificações objetivas de diamantes brutos para brutos e brutos para polidos na plataforma, o que aumenta os níveis de garantia que ela pode fornecer em toda a cadeia de valor.
Além disso, devido ao crescente interesse do consumidor sobre a origem de um produto e o impacto que ele teve ao longo de sua jornada, a De Beers permite que os varejistas participantes acessem diamantes lapidados que foram adquiridos pela De Beers e rastreados ao longo da cadeia de valor pela Tracr.
A De Beers administra o seu Programa de Garantia dos Princípios de Melhores Práticas desde 2005, que envolve avaliações anuais independentes em toda a cadeia de valor dos diamantes para atender aos padrões ambientais, sociais e de governança de melhores práticas. Em 2024, este programa abrangeu 274.000 pessoas em 79 países.
A CEO das marcas e da desejabilidade dos diamantes da De Beers, Sandrine Conseiller, diz que a sustentabilidade está inserida nas operações do grupo, desde o desenvolvimento de energia renovável nos países anfitriões até o avanço da igualdade de gênero e o apoio ao desenvolvimento nacional de longo prazo.
“Não estamos apenas a fortalecer as nossas operações de forma mais sustentável, mas também a ajudar a construir uma infra-estrutura que beneficia as comunidades”, acrescenta ela.
Conseiller conclui que, quando os clientes escolhem um diamante natural da De Beers, eles estão a ajudar a moldar um futuro mais brilhante para as pessoas e os lugares por trás dele.