ÁFRICA ESTÁ A LIDERAR UMA NOVA ERA DE DIAMANTES?

ÁFRICA ESTÁ A LIDERAR UMA NOVA ERA DE DIAMANTES?

Caros amigos,

Fui convidado para participar da comemoração do 30º aniversário da Mina de Catoca neste mês, que coincide com o 50º aniversário da independência de Angola. Isso me fez reflectir sobre o papel importantíssimo que os países africanos desempenham na indústria global de diamantes e sobre o interesse deles em assumir um papel ainda maior.

Quando recebemos o recém-eleito presidente de Botsuana, Sr. Duma Boka, e os ministros de Mineração de Botsuana, Sra. Bogolo Kenewendo, e de Angola, Sr. Diamantino Azevedo, na Reunião de Presidentes do WFDB em Junho, ouvimos uma mensagem alta e clara de que esses dois países querem ser participantes activos na comunidade internacional de diamantes.

Para reforçar as suas intenções, Angola e Botsuana manifestaram interesse em ingressar na Federação Mundial de Bolsas de Diamantes (WFDB). A recém-criada Bolsa de Diamantes de Angola (Angola Diamond Exchange) busca ingressar, enquanto os líderes da indústria diamantífera do Botsuana expressaram um compromisso semelhante. O desejo de ingressar na WFDB, anunciado por nós durante a Reunião de Presidentes em Junho, sinaliza o seu compromisso de participar da definição da direcção futura do comércio de diamantes.

O momento transformador para a indústria global de diamantes continuou com o Acordo de Luanda, assinado a 18 de Junho de 2025, na capital angolana. Este acordo histórico reuniu as principais nações produtoras de diamantes do continente e organizações internacionais para lançar uma campanha unificada para promover os diamantes naturais em todo o mundo.

Angola e Botsuana emergiram como líderes fundamentais durante as negociações. Todos os signatários se comprometeram a contribuir com 1% da sua receita anual com diamantes brutos para o fundo de marketing internacional do Conselho de Diamantes Naturais — um gesto sem precedentes que esperamos que revigore a demanda do consumidor, destacando a história autêntica dos diamantes e o impacto positivo dos diamantes naturais nas economias e comunidades dos países produtores.

A liderança que estamos a observar dos produtores africanos anuncia uma mudança fundamental: os países produtores africanos não estão apenas a impulsionar a oferta global, mas também a se afirmarem em fóruns internacionais decisórios.

A sua participação no WFDB permitirá maior influência sobre as políticas, a tecnologia e a narrativa em torno dos diamantes naturais. Ambos os países defendem o investimento, a inovação e as práticas éticas, garantindo que as suas vozes — e as da África em geral — sejam parte integrante da governança e promoção da indústria diamantífera.

A nova mensagem que emerge dos produtores africanos é a dedicação a práticas éticas, transparência e uma visão global compartilhada, para proteger o legado e o valor dos diamantes naturais globalmente. Acredito que agora é o momento de ouvir esta mensagem e recebê-los à mesa.

Atenciosamente,
Yoram Dvash