
O ouro está a perder terreno no mercado internacional, num dia marcado pela recuperação do dólar e com os investidores mais serenos, depois de a novela entre o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, e o presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, ter injectado volatilidade nas negociações desta quarta-feira, 13.
Depois de uma série de jornais terem indicado que o Presidente norte-americano estava pronto para tentar destituir Jerome Powell, tendo mesmo apresentado um documento nesse sentido a vários congressistas, o republicano desmentiu os rumores e afirmou que a sua administração não tenciona seguir esse caminho – deixando, no entanto, críticas ao que diz ser a inacção de Powell em termos de política monetária.
Nesta manhã, o ouro recua 0,55% para 3228,58 dólares por onça, afastando-se ainda mais dos máximos históricos que atingiu em Abril – mês em que chegou a ultrapassar os 3500 dólares. Na sessão desta quarta-feira, o metal precioso avançou quase 0,70%, apoiado num dólar mais fraco, numa altura em que os investidores ainda estavam a reagir a uma possível demissão de Powell da liderança do banco central.
No campo económico, o índice de preços no produtor acabou por ficar estagnado em Junho – um movimento que surpreendeu os analistas – , com a fragilidade do sector de serviços a compensar o impacto inicial das tarifas de Donald Trump nos preços. No entanto, este impacto pode estar a ser “bastante mais ligeiro do que inicialmente se antecipava”, explicou Jigar Trivedi, analista de commodities da Reliance Securities, à Reuters.
Os investidores viram, agora, as suas atenções para as negociações entre os EUA e a União Europeia (UE). O comissário europeu com a pasta do comércio, Maros Sefcovic, deslocou-se a Washington nesta quarta-feira para se encontrar com os seus homólogos norte-americanos, Howard Lutnick, bem como Jamieson Greer – representantes das relações comerciais dos EUA. É de relembrar que, no passado fim-de-semana, a Casa Branca ameaçou Bruxelas com tarifas de 30%, apesar das negociações em curso. A UE respondeu com cautela, mas revelou que já tem uma lista de retaliação preparada, no valor de 72 mil milhões de euros.
Fonte: Diário Económico