SEM AVISO: HELICÓPTEROS DO GOVERNO DO MALI POUSAM EM MINA DA BARRICK E LEVAM US$ 117 MIL EM OURO

SEM AVISO: HELICÓPTEROS DO GOVERNO DO MALI POUSAM EM MINA DA BARRICK E LEVAM US$ 117 MIL EM OURO

Maior mineradora de extracção de ouro do mundo, a canadiana tem uma disputa com o Mali.

Bloomberg – Helicópteros do governo do Mali pousaram inesperadamente na mina de ouro da Barrick Mining e apreenderam mais de uma tonelada métrica do metal precioso, segundo a empresa.

A acção marca mais uma escalada de uma disputa prolongada entre o governo do país da África Ocidental e a Barrick, sediada em Toronto, que fechou o seu gigantesco complexo de mineração de ouro Loulo-Gounkoto no início deste ano, depois que as autoridades do Mali bloquearam as exportações de ouro em barras e detiveram funcionários seniores da empresa.

Os helicópteros pousaram “sem aviso prévio” e levaram mais de uma tonelada métrica de ouro — o equivalente a cerca de 2.204 libras — “potencialmente para venda pela administração provisória — embora isso ainda esteja indefinido e a situação esteja evoluindo”, disse a Barrick.

Uma tonelada métrica de ouro valia cerca de US$ 117,2 milhões na quinta-feira, com o ouro a ser negociado em torno de US$ 3.324 a onça.

Não se sabe o destino do metal

O ouro apreendido na quinta-feira, 10, se soma às três toneladas métricas de ouro que o governo do Mali tomou em Janeiro. A Barrick, maior produtora de ouro do mundo, afirma que o governo ainda não comunicou o destino do metal.

O Mali anunciou no mês passado que um administrador temporário retomaria a produção no complexo Loulo-Gounkoto, que foi colocado sob administração provisória no início de Junho.

Os problemas começaram em 2023, quando o regime militar do Mali, com dificuldades financeiras, exigiu que investidores estrangeiros pagassem os supostos impostos atrasados e aderissem a uma nova lei de mineração que concede ao Estado royalties mais altos e participações maiores em joint ventures. Os proprietários de outras minas de ouro no país, incluindo a Allied Gold Corp. e a B2Gold Corp., chegaram a acordos.

A Barrick continua comprometida em negociar uma resolução para a disputa e permanecer no Mali, afirmou o CEO da Barrick, Mark Bristow, na quinta, em carta publicada no site da empresa. A empresa afirmou que está a dar seguimento aos procedimentos de arbitragem internacional contra o país, com uma primeira audiência prevista para o final de Julho.

“Não estamos simplesmente a espera de um resultado favorável — estamos a buscar uma resolução pelos canais legais adequados, com os quais o Governo do Mali concordou em nossas Convenções de Mineração”, disse Bristow.