EDIÇÃO’2025: PRÉMIO CATOCA BRILHA NA GALERIA DA TPA

EDIÇÃO’2025: PRÉMIO CATOCA BRILHA NA GALERIA DA TPA

Com uma entrevista a si concedida pelo Bispo da Diocese de Saurimo, Dom José Manuel Imbamba, no dia 4 de Abril, Dia da Paz e Reconciliação Nacional, o jornalista da Televisão Pública de Angola, Hermenegildo Olga, foi o grande vencedor da terceira edição (2025) do Grande Prémio Catoca de Jornalismo.

O júri teve em conta a oportunidade, a profundidade e a desenvoltura temática para a consagração de Hermenegildo Olga na principal distinção. Mais do que um exercício jornalístico, o vencedor considerou que o trabalho que lhe mereceu o prémio “foi um encontro entre a fé e a realidade, entre a palavra e o silêncio, entre a memória, o sonho e uma oportunidade de olhar Angola com os olhos de reconciliação e fraternidade”.

Visivelmente emocionado, Hermenegildo Olga dedicou o prémio ao povo angolano, ressaltando que a sua distinção não celebra apenas o trabalho jornalístico, mas consagra uma escuta profunda e um diálogo comprometido com as dificuldades, esperanças e caminhos do nosso país. O evento que decorreu em Abril último, no Centro de Convenções do Talatona, em Luanda, esteve enquadrado nas celebrações do Dia do Trabalhador Mineiro Angolano e foi prestigiado com a presença do ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo.

Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, entrega grande “Prémio Catoca de Jornalismo” ao jornalista João Marcos dos Santos, do Novo Jornal na província de Benguela, que arrebatou 5 milhões de kwanzas, um certificado e troféu, com a peça “Sinais de ameaça à Segurança alimentar em Angola chegam de um Vizinho” | Foto: DR

MINISTRO COM ESTOFO DE JORNALISTA

E como quem conhece os meandros da profissão jornalística, o governante aproveitou a ocasião para algumas considerações, ao mesmo tempo que felicitava os vencedores das sete categorias em disputa, os concorrentes e, como não poderia deixar de ser, o promotor do concurso, no caso a Sociedade Mineira do Catoca.

Reconheceu o trabalho realizado pelos jornalistas, a quem manifestou “um enorme respeito por quem carrega um bloco de notas, um microfone ou uma câmera; com seriedade”. “Estamos para celebrar quem faz bem o seu trabalho, quem informa com rigor, escreve com clareza e respeita a inteligência do leitor. O bom jornalismo não grita, explica; não inventa, investiga; não serve interesses (pessoais), serve o público”, declarou.

Para o ministro, fazer jornalismo, “num tempo em que qualquer rumor vira notícia em segundos”, é, sobretudo, um acto de bastante resistência. É, para Diamantino Azevedo, este tipo de resistência que o país e o sector mineiro do país muito precisa, numa fase de inúmeros esforços para a transformação deste estratégico segmento, antes encarado como fechado e opaco, mas que se vem abrindo à transparência, à concorrência leal e à responsabilidade social.

“Estamos a atrair novos investidores, a diversificar os minerais que exploramos, a valorizar localmente os nossos recursos e, acima de tudo, a comunicar melhor com o público”, enfatizou. “É aqui que o jornalismo desempenha um papel fundamental, porque nenhum sector, por mais estratégico que seja, se sustenta sem escrutínio e nenhum progresso é legítimo, se não for partilhado com clareza. O bom jornalismo também é um aliado da boa governação”, acrescentou.

Assumindo um papel de docente, ao longo da sua intervenção na cerimónia de premiação do Prémio Catoca 2025, o Titular do MIREMPET defendeu um jornalismo “que pergunta, que pressiona, mas que também ajuda a explicar, a educar e da dar sentido do que fazemos”.

“O jornalismo não é uma corrida para ver quem publica primeiro, mas sim uma maratona para ver quem apura melhor. Publicar sem verificar não é informar, e confundir, é uma sociedade confusa. E uma sociedade confusa não avança”, refletiu. E, em jeito de recado, disse mais: “quem escreve precisa entender o peso da palavra. Uma palavra mal usada pode destruir uma reputação, uma palavra bem usada pode despertar uma nação”.

CATOCA REAFIRMA COMPROMISSO DE MANUTENÇÃO DO PRÉMIO

Mais do que felicitar os vencedores da edição deste ano do concurso que distingue as melhores abordagens jornalísticas, a Sociedade Mineira de Catoca reafirmou o compromisso de se manter fiel ao compromisso com a responsabilidade social.

“Estamos convosco e reconhecemos o vosso mérito”, afirmou o director-Gerente da Catoca, Benedito Manuel, naquilo que considera ser um importante incentivo para o trabalho jornalístico, ao premiar a regularidade, a qualidade, a criatividade e a oportunidade do trabalho dos jornalistas angolanos.

Aliás, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás aplaude esta iniciativa, ao salientar que o país “precisa de vozes comprometidas” com o fazer bem e melhor em todos os domínios.

“Reconhecer o bom jornalismo é mais do que justo, é necessário. (…) Que este prémio seja um impulso para que cheguem ainda mais longe, porque Angola precisa de jornalistas que ajudem a construir e a unir”, referiu.

Por isso, deixou uma palavra de consolo: “aos que ainda não venceram, continuem. A integridade mais cedo ou mais tarde, encontra reconhecimento”, aconselhou.

Foram sete as categorias em disputa: ‘Grande Prémio Catoca de Jornalismo’; ‘Prémio Reportagem’; ‘Prémio Entrevista’; ‘Prémio Jornalismo em Língua Nacional’; ‘Prémio Imagem’; ‘Prémio Melhor Locutor’ e ‘Prémio Jornalista do Leste’.

O Prémio Catoca é de abrangência nacional, de periodicidade anual, aberto a todos os jornalistas angolanos, residentes ou não em Angola, que produzam e publiquem os seus trabalhos nos meios de comunicação social nacionais, nomeadamente na imprensa, rádio, televisão e em agências noticiosas.

A premiação visa despertar nos jornalistas angolanos o sentido da criatividade e inovação na nobre missão de levar ao público a informação com a qualidade e a objectividade desejada.