DISCURSO DE ENCERRAMENTO DA MESA-REDONDA MINISTERIAL SOBRE “DIAMANTES NATURAIS: DESAFIOS E OPORTUNIDADES”

DISCURSO DE ENCERRAMENTO DA MESA-REDONDA MINISTERIAL SOBRE “DIAMANTES  NATURAIS: DESAFIOS E OPORTUNIDADES”

Por Sua Excelência Diamantino Azevedo, Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás da República de Angola.

Luanda, aos, 18 de Junho de 2025.

Suas Excelências, Senhores Ministros, Distintos Convidados, Colegas e Parceiros da Indústria, Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Ao encerrarmos esta histórica Mesa-Redonda Ministerial, permitam-me expressar, em nome do Governo da República de Angola e em meu nome pessoal, o nosso sincero reconhecimento a todos quantos contribuíram para o êxito deste evento com a vossa presença, os vossos contributos e, acima de tudo, com o vosso compromisso.

Este encontro reafirmou não apenas a importância estratégica da indústria de diamantes naturais para as nossas economias e comunidades, como também
demonstrou o que é possível alcançar quando os representantes dos governos e da indústria se unem com propósito e determinação.

Esta manhã, ouvimos uma apresentação inspiradora do perito do sector, Edahn Golan, com especial enfoque no impacto significativo que os diamantes sintéticos (Lab Grown Diamonds – LGD) têm tido na nossa quota de mercado. Só nos Estados Unidos, esses produtos já absorveram metade da nossa presença no mercado. Fomos também elucidados pelo senhor David Kelly, do Natural Diamond Council, que partilhou exemplos concretos sobre como o marketing de categoria será essencial para inverter esta tendência.

Nos últimos dias, envolvemo-nos num diálogo aberto e substancial sobre os desafios que a indústria enfrenta e as respostas necessárias. Analisámos a urgência do envolvimento dos consumidores, a importância da revitalização de uma campanha global de marketing genérico e a necessidade de reforçar a governação e a responsabilização dentro do Natural Diamond Council. Revisitamos propostas para um
novo sistema de classificação de membros, mecanismos de financiamento e avaliações de impacto que moldarão o futuro da nossa acção colectiva.

Concluímos estas importantes deliberações com um resultado concreto e orientado para o futuro: a assinatura formal do Acordo de Luanda, um marco histórico que
representa um passo conjunto decisivo na defesa e promoção dos diamantes naturais.

Este acordo reflecte não apenas os nossos interesses comuns, mas também as responsabilidades que partilhamos.

Através deste acordo, os governos, produtores e outros intervenientes da indústria comprometem-se a contribuir com o equivalente a 1% das receitas anuais das vendas de diamantes brutos, para financiar uma iniciativa global de marketing sob a liderança do Natural Diamond Council. Foi acordado que esta iniciativa será orientada por princípios de governação inclusiva, resultados mensuráveis e um espírito renovado de transparência e parceria.

Não se trata apenas de uma estratégia de marketing.Trata-se também de um investimento estratégico para o futuro da nossa indústria. É um investimento moral
principalmente para as pessoas cujas vidas dependem da sua sustentabilidade. E é também uma afirmação colectiva de que acreditamos no valor dos diamantes naturais, não apenas como mercadorias, mas como agentes de transformação.

Sejamos claros: já não vivemos num tempo em que um único actor ou região possa, por si só, carregar a narrativa da indústria. Os desafios são partilhados e assim devem ser também as soluções. Por isso, é essencial uma abordagem inclusiva entre os países produtores de diamantes e o segmento intermédio da cadeia de valor, aqui representado por Antuérpia, Mumbai e Dubai.

Precisamos de ter uma só voz, uma voz que seja inclusiva, representativa e ancorada nas realidades dos países produtores e dos mercados globais.

O Acordo de Luanda é um marco significativo. Contudo, o seu verdadeiro impacto dependerá das acções que tomarmos a partir deste momento. Este acordo chama-nos a
todos, a participar activamente neste esforço. Nenhuma contribuição é pequena demais; nenhuma voz será ignorada.

Suas Excelências, Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Ao encerrarmos este capítulo e nos prepararmos para os desafios que se avizinham, recordo as palavras que partilhei anteriormente: a história dos diamantes naturais é uma história de beleza, de pessoas e de esperança.

Contemos essa história juntos, com novo foco, esforço colectivo e convicção partilhada.

Avancemos como parceiros, como guardiões e como líderes.

E asseguremos que esta indústria, que moldou significativamente a nossa história, continue a brilha intensamente por muitas gerações.

Antes de concluir, tenho a honra de convidar cordialmente todos os Senhores Ministros e Distintos Convidados a participarem na Conferência Internacional de Minas de Angola (AIMC), a realizar-se em Luanda, nos dias 22 e 23 de Outubro de 2025. Esta edição da AIMC 2025 assinalará os 50 anos da Independência de Angola, oferecendo uma oportunidade ímpar para reflectir sobre o nosso percurso e reforçar a cooperação regional. Contamos com a vossa presença neste momento memorável.

Com estas breves palavras, declaro formalmente encerrada esta Mesa-Redonda Ministerial sob o lema: “Diamantes Naturais: Desafios e Oportunidades”.

Muito obrigado!

Que regressemos todos aos nossos países inspirados, unidos e determinados.