
O cobre, o lítio e o níquel devem posicionar-se como os metais com maior crescimento no futuro, impulsionados pela procura destas matérias-primas para o desenvolvimento de baterias, segundo especialistas ouvidos pela Lusa.
O economista do Banco Carregosa Paulo Rosa afirma que o mercado de minerais tem registado um crescimento “sem precedentes” à medida que a procura de energia limpa impulsiona um forte aumento no investimento desta área.
O mercado de minerais que ajudam a alimentar veículos eléctricos, turbinas eólicas, painéis solares e outras tecnologias essenciais para a transição energética duplicou de tamanho nos últimos cinco anos, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE).
Tendo como objectivo a neutralidade carbónica em 2050, o cobre desempenha um papel crítico na promoção da transição verde, sendo um metal maleável com alta condutividade eléctrica e o seu principal uso é em aplicações eléctricas.
Os veículos eléctricos representam cerca de 5% da procura total de cobre, mas Paulo Rosa estima que a procura cresça acentuadamente nos próximos anos.
Na verdade, desde o início do ano que o cobre regista uma valorização acentuada e no dia 26 de Abril ultrapassou o nível de 10.000 dólares por tonelada no mercado londrino, um máximo em dois anos.
Já o gestor do fundo Allianz Global Metals and Mining David Finger acredita que o uso da Inteligência Artifical (IA) poderá aumentar até 5% a procura anual de cobre, pois este metal possui características críticas de infra-estrutura eléctrica e é essencial aos centros de dados convencionais, os ‘data centers’ de IA, que usam mais energia e atingem temperaturas mais altas durante a operação.
Quanto ao lítio, o mais leve de todos os metais, é amplamente utilizado em baterias. Aproximadamente 60% dos produtos de lítio são usados em baterias de veículos eléctricos, sendo o remanescente utilizado em baterias de dispositivos móveis, tais como ‘smartphones’ e computadores, afirma o economista sénior do Banco Carregosa.
Em relação ao níquel, Paulo Rosa menciona que 16% de todo o níquel produzido vai para aplicações de energia limpa, como baterias de veículos eléctricos.
“Dada a trajectória potencial de normalização da economia chinesa, isso também poderá aumentar as matérias-primas, que estão actualmente fora de foco como o níquel […]. O governo central parece determinado a combater o actual ambiente desinflaccionista e a impulsionar a procura”, afirma David Finger em declarações à Lusa.