“OS MINERAIS CRÍTICOS SÃO ESTRATÉGICOS PARA ANGOLA” – PAULO TANGANHA

“OS MINERAIS CRÍTICOS SÃO ESTRATÉGICOS PARA ANGOLA” – PAULO TANGANHA

No encontro intergovernamental realizado à margem do Mining Indaba, por iniciativa do ministro dos Recursos Minerais e Petrolíferos da África do Sul, Gwede Mantashe o drector Nacional dos Recursos Minerais garantiu que Angola decidiu marcar a sua posição de defesa dos interesses nacionais.

Paulo Tanganha representou o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, e defendeu que a visão de Angola quanto aos minerais críticos não é a mesma que a classificação defendida pela União Europeia.

“Os minerais críticos podem ser críticos para a indústria europeia, mas não são para nós angolanos. Nós [Angola], consideramos ser minerais estratégicos para o desenvolvimento e industrialização da nossa economia”, defendeu.

A União Europeia tem classificado, aproximadamente, 54 recursos minerais como críticos, sendo que deste número o nosso país dispõe de 36, que integram o processo de diversificação da produção mineira do nosso país, tendo em conta o Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027”, explicou.

Paulo Tanganha falava do ferro, que actualmente já está em produção na região de Cassinga, com o projecto Torsialo, na província da Huíla, já com o processo de extracção a decorrer, ao passo que na província do Cuando Cubango se assiste à produção e transformação do minério de ferro em Ferro Guza, já com exportação consolidada.

“Também já foi possível defender que o diamante é minério estratégico, de acordo com o Código Mineiro, mas é visto como estratégico na óptica de obtenção de recursos financeiros para aplicação noutros sectores sociais, como a Educação, Saúde e na construção de algumas infra-estruturas, a título de exemplo do Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo”, salientou.

Para o director Nacional dos Recursos Naturais, Angola “deve apresentar-se sempre com uma narrativa que satisfaça os reais objectivos do nosso governo. Ou seja, mineral crítico, sim, para os outros, mas para nós minerais estratégicos para uma economia mais desenvolvida”.

“O encontro foi bastante oportuno, na medida em que foi possível Angola demonstrar a sua posição como país e como nação soberana”, apontou, para depois acrescentar que “quando negociamos contratos de investimento mineiro, a comissão de negociação indicada pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás tem o mandato de defender sempre os interesses do Estado angolano”.

“O ministro Diamantino Azevedo tem aconselhado sempre para alguns cuidados a observar e olhar sempre para a agenda interna antes de olhar para o resto da região.

As autoridades mineiras angolanas reconhecem as dificuldades com que o país se confronta para a industrialização da sua economia e construção de infra-estruturas críticas de apoio à actividade mineiras, mas entendem que a mensagem passada na reunião intergovernamental mantida em Cape Town (os próximos contratos de investimentos) sejam marcados por uma abordagem de ganhos mútuos.