
Na bacia hidrográfica do Rio Chiumbue, numa área aproximada de 483.323 quilómetros quadrados, no Município do Lucapa, na província angolana da Lunda-Norte, localiza-se o Projecto Cambange da UARI Sociedade Mineira, uma iniciativa que conta na sua estrutura societária com 51% da Endiama e 49% da Kassypal, Comércio e Representações Limitada
Com a prometedora perspectiva, apesar do momento desafiante do sector, a actual fase da actividade da Uari está a ser marcada por uma forte actividade de exploração e expansão de novos blocos, em resposta ao princípio de que o “trabalho não pode parar, venham de onde vierem os constrangimentos”.
Entretanto, accionistas e o Conselho de Administração da Sociedade Mineira teve que se readaptar às circunstâncias para garantir o aumento e a sustentabilidade da sua produção: em 2023 resolveram prospectar e explorar depósitos de vales, lezírias e terraços.
A decisão deveu-se após longos anos – até 2022 – dedicados intensamente na exploração de cascalho de formação Calonda, consubstanciado em altas espessuras de estéril associado à queda do preço do quilate, que exigiram rápida mudança de estratégia.
E os resultados já começam a ser visíveis, de acordo com o seu Conselho de Administração. Ou seja, menos massa mineira movimentada, mas a garantia da mesma produção de quilates.
As metas de prospecção, garante a gestão do projecto, foram plenamente cumpridas, muito por conta do emprego de sondagem sonic dril e sanjas, com espaçamento predominantemente de 50 metros.

Isto já permitiu, ao longo deste período, a identificação de zonas não exploradas próximas do Bloco LC07, especialmente de cascalho de lezíria e terraço.
“As sondagens executadas à SW da Concessão, indicam até ao momento que a mineralização se concentra na parte Norte do Rio Londa”, de acordo com o estudo especializado elaborado pela UARI Sociedade Mineira.
O mesmo estudo de prospecção confirmou a presença de formação Calonda na área do Rio Cambange.
As actividades de exploração e prospecção estão concentrados próximas de três lavarias em actividade, sendo que as operações mineiras concentram-se em cinco blocos: o CE-01, CF03, CW-05, CW-04 e CW-02, contando ainda com o desvio do Rio Chiumbe, designado DR-2024 que, por via disso, alimentam os PT-1, Pt-3 re o PT-4.
“É uma rotina hoje no projecto, a utilização de sondagem antes da demarcação de avanços dos cortes, especialmente para os blocos com cascalho deformação Calonda”, explica a administração do projecto.
Em 2024, para o aumento da produção, a Administração da Uari Sociedade Mineira planeou um investimento de 17,6 milhões de dólares norte-americanos, dez milhões dos quais destinados à aquisição de novos equipamentos de remoção de terra.
E os resultados obtidos ao longo do primeiro semestre de 2024 revelaram-se positivos, uma vez que as principais metas foram cumpridas, ainda que o desempenho do segundo semestre tenha preocupado, após demonstração de uma tendência para a queda de produção.
“Em decorrência dos preços actuais do diamante, alguns blocos com baixo teor e outros com grandes espessuras de estéril deixaram de ser economicamente viáveis, passando, consequentemente de reserva para recurso”, esclarece a Administração.
Este facto obriga a intensificação dos trabalhos de propecção para a localização de novos blocos, que se presentem economicamente viáveis, sobretudo nas actuais condições adversas do mercado internacional de diamantes.
A ideia é evitar todas as formas de constrangimentos – os possíveis e até mesmo os imaginários – só possível com a disponibilidade de mais equipamentos, da substituição de algumas das já existentes por outras de maior operacionalidade e a garantia de material para a reposição de outras avariadas.
“Os desafios são muitos, mas a prioridade é voltar a ter máquinas que permitam a recuperação da capacidade produtiva de remoção e extração para se atingir a meta de 200 mil quilates por ano”, perspectiva a Administração.

EXPLORAçÃO E EXPANSÃO DE NOvOS BLOCOS
Seja como for, apesar dos constrangimentos registados, neste momento, decorrem testes já bastantes avançados em nove blocos já delimitados pela Diamang e pela Trans-Hex que, no passado, já haviam confirmado enormes potenciais e chegaram mesmo a entrar em processo de produção: são os blocos LC07, LC12, LC13, LC14, LC19, LC23, LC29, LC32 e, mais recentemente, o CF-03.
O trabalho prossegue com o mesmo dinamismo e com compromisso de realização de novas descobertas, de sorte que dez novas áreas foram descobertas durante a gestão ENDIAMA MINNING por meio de sondagens e sanjas.
Os trabalhos e descobertas de novos blocos tem permitido trabalhos avançados noutras áreas, com testes ou furos positivos, mas que por questões operacionais estão em standby.