
A onça de ouro está a valorizar no mercado internacional, após novos dados económicos nos Estados Unidos da América (EUA) terem apontado para um mercado laboral mais frágil do que o antecipado – levando os investidores a reforçarem as apostas num novo corte nas taxas de juro de 25 pontos-base já na reunião de Dezembro da Reserva Federal (Fed) norte-americana. A incerteza em torno dos impactos do “shutdown” no Governo do país está ainda a reforçar a procura por activos-refúgio.
Nesta manhã, o metal precioso avança 0,79% para 4008,58 dólares por onça, encaminhando-se para fechar a semana no verde, embora com ganhos muito reduzidos, de 0,1%. No mês passado, o ouro conseguiu atingir máximos históricos de 4381,21 dólares, mas, desde aí, já caiu cerca de 8%, pressionado por um recuo nas tensões comerciais entre EUA e China e por uma diminuição das probabilidades da Fed cortar novamente os juros este ano (agora em ascensão), mais uma vez.
“Os dados sobre o emprego no sector privado continuam a indicar que é provável uma redução das taxas de juro em Dezembro e é por isso que os preços do ouro estão a receber algum tipo de apoio” nesta sexta-feira (7), explica Soni Kumari, estratega de commodities do ANZ, à Reuters. Devido ao duplo mandato da Fed, que passa por assegurar o controlo da inflação e o pleno emprego, um mercado laboral mais frágil tende a levar a um corte nas taxas de juro.
O mercado de swaps aponta agora uma probabilidade de 67% do banco central avançar com um novo alívio, que compara com os 60% desta quinta-feira. Os investidores já tinham praticamente incorporado um corte para Dezembro, antes de Jerome Powell, presidente da Fed, ter afirmado que uma flexibilização no próximo mês era “tudo menos garantida.”
Diário Económico